quarta-feira, 7 de março de 2012

RSC

Responsabilidade Social Corporativa, Solução para Desatinos das Filosofias Empresariais


Em certa ocasião, minha amiga Lay escreveu

" (...) Nos últimos anos, fatores como meio ambiente, o tratamento dispensado aos empregados, o bom serviço prestado pelos fornecedores e o engajamento em ações sociais passaram a fazer parte da estratégia das empresas, que consideram tais atividades essenciais para atrair os consumidores [... ]"

Esse pensamento nos revela que o presente fulgor da Responsabilidade Social Corporativa RSC não surge do (1) reconhecimento empresarial do valor intrinseco do meio ambiente por oferecer sustento à vida; ou (2) pelo humanismo subjacente no respeito à vida do outro enquanto colaborador, funcionário ou empregado; ou (3) por sentimento de gratidão à humanidade pelos bens que ela oferece ao empresariado.

Internalização de fatores morais no ambiente competitivo

A filosofia empresarial do RSC firma-se enquanto resultante, entendo, de um impulso central: a necessidade de resposta do capital monopolista à intensificação do processo competitivo a partir da incorporação de novos competidores –  nos países em desenvolvimento, notadamente os asiáticos – criados com o surgimento de novas tecnologias.

Ela equivale à busca de valorização de ‘fatores morais’, até então situados fora do ambiente econômico, para viabilizar a ‘destruição criativa’ que, de tempos em tempos, é desencadeada pelo capital monopolista para fortalecimento de um certo processo de concentração de capital que lhe seja favorável. 

Nessa valorização de ‘fatores morais’ tais valores são trazidos para dentro do ambiente competitivo, na circunstância em que os tradicionais instrumentos de estratégia utilizados pelas empresas na competição por mercados possam não apresentar os resultados esperados, ou seja, a manutenção de sua supremacia.

Antes de continuar, importante destacar quais seriam tais valores morais adotados pela estratégia empresarial. São aqueles  apresentados por Lay:
     (a) respeito ao meio ambiente,
     (b) bom tratamento dispensado aos empregados; e
     (c) engajamento empresarial em ações sociais.

Contudo, considerando a sociedade como um todo, creio que a grande força impulsionadora da RSC, externa às empresas, localiza-se nas demandas sociais que dão ênfase aos ‘valores morais’ eleitos pela comunidade, inclusive internacionalmente, e que passam sob pressão a ser internalizados no processo produtivo.

A Plataforma Verde, o Novo Sonho

Na área ambiental, as poderosas pressões sociais, desde os anos 70 até nossos dias, consideradas ingênuas e apolíticas, naquele início na Europa, associadas politicamente à direita na eleição de seus primeiros políticos, confrontou-se com a ordem estabelecida ao posicionar-se contrariamente:

(a) ao comércio internacional irrestrito de produtos para cuja produção sejam provocados impactos ambientais indesejáveis;
(b) à expansão da energia atômica como fonte energia elétrica e
(c) à devastação de florestas tropicais.

A Europa já tinha se esquecido dessas fortes demandas sociais desde os anos 60, particularmente as de 1968, exceto pelas pontuais greves de trabalhadores, como por exemplo, aquelas dos trabalhadores de minas de carvão, na Inglaterra, nos anos 80 (Era Tatcher) e das manifestações dos agricultores franceses em prol de seus subsídios à produção agrícola nacional, estas até recentemente. Tal como em 1968, as presentes demandas são provenientes das classes médias, com algum poder de mobilização, acesso a instrumentos de comunicação e formação de opinião.

Nas empresas, a busca do Corebusiness; no Setor Público, o foco no Estado Mínimo

Por outro lado, especificamente no ambiente empresarial, devemos considerar que, desde meados dos anos 80 até meados dos anos 90, a ordem do dia em termos de Filosofia Empresarial, era a REENGENHARIA, receituário que preconizara o foco das empresas ao seu core business, isto é, a concentração nas atividades produtivas naquele conjunto de produtos e serviços se constituíam no eixo central de seu negócio, de seu âmbito de atuação; tudo o mais deveria ser abandonado por meio da terceirização.

A pedra filosofal era a idéia de que as empresas deveriam voltar-se exclusivamente à produção daquilo para o qual teriam vantagens competitivas, pois nas demais atividades não apresentariam produtividade suficiente e, porisso, teriam custos maiores nessas atividades/produtos. Deveriam ser terceirizadas todas as atividades empresariais que não constituíssem o foco.

A Reengenharia surge em uma Europa e nos EUA sob o ideário de Estado Mínimo, trazido pela dupla Reagan/Tatcher, em um mundo sob o poder hegemônico dos EUA pós extinção da URSS.

Desnecessário mencionar o quanto a Reengenharia (a) gerou de desemprego mundo afora e (b) o quanto criou de massa crítica desfavorável ao status quo  composto por planos de demissão voluntária nas organizações, pelo ideário e incentivo da mídia ao desenvolvimento do próprio negócio, gerando um quadro em que o Estado, nas diversas nações, não teve frequentemente condições de fazer frente, imobilizado pela mídia encarregada de propalar o falso ideário criado de que o Estado atrapalha a vida civil e o lucro e os interesses privados.

Esse espaço deu margem ao surgimento de milhares de ONGs em todas as nações e, ao tempo que ofereceram trabalho e renda a uma parcela dos desempregados, passaram a ocupar parcela do espaço antes detido exclusivamente pelo Estado. As ONGs tornaram-se fonte de poderosa pressão social contra o statu quo não somente social, mas também e principalmente ambiental.

A Reengenharia, enquanto filosofia empresarial ainda reside subjacente à atividade empresarial nos dias de hoje, embora seu criador tenha manifesto recentemente ter abandonado esse ideário.

Contradições e Descompasso entre Filosofias Empresariais

Existe um certo consenso no interior das empresas que, depois de grande processo de demissão, o ambiente interno das organizações fica frequentemente muito machucado, as pessoas ficam abatidas, desconfiadas de que em breve “serão os próximos” a serem demitidos, percebem que não há espaço para lealdade no mundo do capital (exceto no Japão) e passam a analisar oportunidades de trabalho fora da empresa. E, com isso, observa-se que há queda de produtividade do trabalho.

Por essa razão, foi criada uma técnica administrativa denominada “Pesquisa de Clima Organizacional”, destinada a capturar o pensamento das pessoas no interior das empresas e melhor conhecer suas demandas. O reconhecimento dessas demandas permite melhor gerenciar e influir na configuração desse clima e aprimorar seus padrões, para viabilizar internamente a estratégia das empresas.

Antes da Reengenharia, a filosofia empresarial dominante era a do Programa de Qualidade Total, que apresenta muito bons resultados no entrelaçamento das pessoas em torno do ideário produtivo organizacional.

Lastimando-se, em particular, muitos empresários manifestam que “tinham gasto o cartucho” do Programa de Qualidade antes de aplicarem a Reengenharia e, assim, não poderiam aplicá-la novamente após a Reengenharia, pois não surtiria o mesmo efeito: com a Reengenharia, havia sido traído o ideário da participação intensa de cada um para construção de uma empresa que seria de todos, valor propalado pela filosofia do Programa de Qualidade Total. O desemprego havia gerado anticorpos bastante fortes para nova rodada do Programa de Qualidade.

O Surgimento da RSC como solução para a continuidade

Contudo, como o poder deve alisar e bater, bater e alisar, diante da falência dos programas de Reengenharia e do caráter inócuo dos PQT nesse novo momento, as organizações viram na RSC Responsabilidade Social Corporativa sua grande saída para mobilização dos colaboradores. A RSC faria renascer o ideário do compromisso social das empresas, trucidado pela aplicação da Reengenharia desde meados dos anos 80 até por quase toda a década de 90.

A RSC surge, assim, como resultado de (a) forças externas às organizações – a forte pressão social em todo o mundo para que as organizações contribuam para a construção de uma sociedade comprometida com o bem estar, no sentido mais amplo, e com o equilíbrio do meio ambiente  – e (b) de forças internas às organizações, caracterizada pela necessidade de mobilização dos colaboradores, funcionários e empregados para a reconstrução das empresas ocidentais, premidas pela concorrência devastadora dos países asiáticos (que se tornaram modelo de gestão), mas sem o mesmo poder de pressão da massa salarial.

É emblemático o caso da empresa NATURA, situada em segmento altamente competitivo da economia. Cedo adotou essa filosofia e desde logo apresentou crescimento pujante e elevação continua de seu marketshare.

O comportamento do Estado oscilou ao longo desse tempo e não foi o mesmo de país a país. Nos EUA imperou a desnormatização absoluta dos procedimentos e dos controles do Estado sobre a economia como um todo e sobre as empresas em particular, de modo às empresas partirem até para o ilícito (vide caso Eron) e a verificar-se a desarticulação de políticas sociais pelo governo.

Nos países europeus, por sua vez, a desnormatização foi menos radical, mas a onda privatizante foi também intensa e não menos inibriante para desvarios das empresas financeiras e dos investidores privados. E também na Europa foi intenso o surgimento de ONGs e, igualmente a RSC floresceu  como novo baluarte da filosofia e da política empresarial.
 
No Brasil isso não tem sido absolutamente diferente, embora na área ambiental o País jamais tenha deixado o perfil de gestão pública ambiental de padrão comando-controle – alvo de críticas intensas dos privatistas –, o que tem garantido, sob o lastro da forte pressão social, o aperfeiçoamento das condições ambientais brasileiras, evento notório quando se compara com o grandes descaso empresarial e governamental brasileiro dos anos até o final da década dos 80. A Rio 92 foi um marco.

Panorama favorável à continuidade do emprego da Filosofia de  RSC

Considero que existe algo muito importante que distingue como da água para o vinho as filosofias empresariais, de um lado o PQT Programa de Qualidade Total e a Reengenharia, e de outro a RSC Responsabilidade Social Corporativa: a forte mobilização social em prol da preservação ambiental e do ambientalmente amigável.

Essa distinção traz muita luz no caminho das causas ambientais e esperança a todos. Mas, somente enquanto existir essa força, penso, as empresas manter-se-ão adeptas à filosofia RSC. Caso essa força se extinga, as organizações poderão criar nova filosofia derivada de suas próprias necessidades organizacionais que melhor viabilizem a acumulação de capital.

Por enquanto, para as empresas a estratégia da RSC parece adequada (e articulada com a atuação da ONU em prol do desaquecimento global) para o combate ao poder competitivo da economia chinesa e dos tigres asiáticos. Devo lembrar que a Reengenharia tinha o mesmo propósito e falhou.

Útil até o presente por ter viabilizado o desenvolvimento empresarial, a permanência da RSC enquanto filosofia empresarial poderá ser melhor avaliada após as negociações do Pós-Quioto, ainda em curso neste início de 2012, em que seu papel talvez venha a ser melhor desenhado. Joga muito em favor da permanência da RSC, a situação mundial de premência climática e as soluções de curto, médio e longo prazo que poderão ser oferecidas para sua mitigação. Lhe são positivas as perspectivas, embora isso tenha correspondência com a gravidade da situação climático-ambiental. 

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Incra quer mapear terras de estrangeiros


Incra quer mapear terras de estrangeiros


03/01/2011

Brasília - O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) quer mapear as terras em poder de estrangeiros até o fim do primeiro semestre deste ano. A falta de dados exatos foi um dos principais problemas apontados por debatedores e parlamentares nas audiências públicas da subcomissão sobre aquisição de terras por estrangeiros.

Segundo o chefe do Setor de Cadastros da autarquia, Evandro Cardoso, será criado um sistema para facilitar a inserção de dados de aquisição de terras por estrangeiros. O Sistema Nacional de Aquisição de Terra por Estrangeiro (Sinat) está em fase de testes e deve ser lançado em março, para gerar informações mais consistentes de identificação, quantificação, localização e destinação de terras rurais de dono estrangeiro. "O sistema atual é falho, não foi detalhado com essa informação de estrangeiros", disse Cardoso.

Cartórios

O novo sistema poderá sanar o problema do repasse de informações dos cartórios de registros de imóveis. De acordo com Cardoso, os cartórios poderão alimentar o Sinat diretamente com dados sobre todas as aquisições de terra por pessoas físicas e jurídicas estrangeiras.

A Lei 5.709/1971 determina que os cartórios enviem essa relação ao Incra e à Corregedoria da Justiça nos estados a cada três meses, mas nem todos cumprem a regra, o que torna as estatísticas imprecisas.

A medida vinha sendo questionada desde 1988, quando a Constituição entrou em vigor. Somente em junho do ano passado, a Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o cumprimento dessa regra pelos tabeliães.

DCI - Diário do Comércio & Indústria

Artigo de grande importância originalmente publicado em 03.01.2011 pelo jornal DCI Diário do Comércio & Indústria.  Consulte o texto original no endereço a seguir:

http://www.agrolink.com.br/noticias/ClippingDetalhe.aspx?CodNoticia=164297

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

MODELO PREVIDÊNCIÁRIO, PLANOS PRIVADOS DE APOSENTADORIA E INFLAÇÃO




                  O modelo previdenciário e assistencial utilizado no Ocidente foi desenvolvido após a Segunda Grande Guerra. Lastreado no ideário Keynesiano, valorizou a previdência social oferecida pelo Estado, o Welfare State, em que este assume responsabilidade pelo bem estar individual e social de seus cidadãos.

                  Uma de suas bases foi a suposição do desenvolvimento econômico contínuo por meio da adequação da demanda efetiva pelo Estado via déficit público. Outro lastro conceitual foi a idéia de sua viabilidade a partir de certo nível de crescimento populacional suficiente, de modo que as novas gerações de trabalhadores, contribuintes previdenciários ao Estado, supririam de recursos a máquina da previdência e assistência social ao segmento dos trabalhadores aposentados da terceira idade.

                  Nos anos 70, o modelo começou a apresentar desgaste orçamentário e de imagem com a ascensão do pensamento liberal remodelado, o neoliberalismo, segundo o qual os instrumentos de mercado viabilizariam modelo previdenciário autossustentado e aprimorado. Para tanto, contribuiu a compreensão da inviabilidade do modelo anterior que decorreria (a) da estabilização e posterior eventual declínio da população européia e (b) da crescente dificuldade representada pela expansão do deficit público que seria gerado por esse modelo.

                  Para além desse discurso acadêmico, o novo ideário de previdência social privada foi despertado pela visão estratégica de um novo e estupendo negócio, de altíssima rentabilidade, com milhões de contribuintes de longo prazo, que grande interesse despertou nas instituições financeiras em todo o mundo, que passaram a defendê-lo e, a partir de seu grande poder junto à mídia, a torná-lo senso comum.

                  Também aos governos, o novo modelo tornou-se atraente, pois (a) poderia reduzir pressões políticas e orçamentárias e (b) os fundos formados, em busca de retorno longo prazo, poderiam proporcionar recursos necessários à expansão da capacidade instalada nas economias e viabilizar o nível de investimentos necessários ao desenvolvimento, notadamente em países carentes de recursos e dependentes de capitais externos, como se caracterizou no Brasil.

                  No mercado financeiro, o surgimento dessa nova área de negócios fez surgirem sistemas e organizações, produtos e mercados específicos, que tiveram de ser acompanhados por legislação adequada, com grande inpush a partir dos anos 90. Novas capacitações técnicas surgiram e nova profissão do especialista em ciência atuarial, o atuário. A Matemática Financeira tornou-se o instrumento básico para atuação desse novo profissional.

                  O funcionamento adequado desse modelo exige, contudo, condições macroeconômicas adequadas, sem quais o produto Previdência Privada torna-se inviável. Tais condições, apontadas a seguir, puderam ser configuradas no Brasil nesse pós-Plano Real, a partir de 1994, e, mais recentemente, na retomada do desenvolvimento do País:

a) Estabilidade Econômica – O produto Previdência Privada é vulnerável à ausência de estabilidade econômica, por exemplo, que possibilite às empresas e às famílias o planejamento orçamentário e a implementação de planos previdenciários.

b)  Mercado em Expansão – O produto previdência privada exige mercado em expansão, que pode ser oferecida pelo crescimento populacional, tal como na previdência oficial, como também pela absorção de contingentes populacionais que sejam incorporados a partir da elevação de renda ou pela modelagem de produtos previdenciários específicos.

                  O mercado financeiro apresenta variadas oportunidades de aplicações para a formação de fundos de aposentadoria. Somente com a análise das diversas alternativas poderá proporcionar bases para que seja realizada as melhores escolhas. O lastro para tais escolhas encontra-se na matemática financeira de modo que seu conhecimento é imprescindível. O surgimento das calculadoras HP, nos anos 80, dentre elas o modelo 12-C, viabilizou e popularizou o exercício das análises financeiras.

                  A idéia fundamental dos planos de aposentadoria privados é a da formação de certo montante de capital ao longo da vida do indivíduo, durante por meio do pagamento de parcelas mensais, semestrais e anuais, ou seja lá como for, sua juventude, e a aplicação desses recursos por instituições financeiras, em projetos e empreendimentos cuja lucratividade poderão a viabilizar, no futuro, a devolução rentabilizada daqueles recursos, de modo a proporcionar a manutenção do padrão de vida daquele indivíduo durante o período de sua velhice.

Período de Capitalização e Valor das Parcelas – Sob a ótica da matemática financeira, quanto maior for o período de capitalização, menor será o valor das parcelas de contribuição (PMT), considerados determinado Valor Presente e certa taxa de juros incidentes sobre a aplicação.  Inversamente, quanto menor for o período de capitalização, maior será o valor das parcelas de contribuição para formar aquele mesmo capital futuro (Valor Futuro), sob uma mesma taxa de juros de aplicações.

                  Para exemplificação, considerado o Valor Futuro de R$1 milhão, à taxa de juros de 8% ao ano, incidentes sobre as parcelas anuais, a parcela anual alcança R$4.185,13 para o prazo de 39 anos de capitalização; R$13.678,78, para 25 anos; e R$36.829,54, para 15 anos de capitalização.

Taxas de Juros – Paralelamente, considerações podem ser feitas com base no comportamento do valor das parcelas de contribuição, sob diferentes taxas de juros empregadas nos planos de aposentadoria: quanto maior a taxa de juros da aplicação, menor a parcela necessária para a formação do capital; e vice-versa.

                  Para exemplificação, observa-se que, para o Valor Futuro de R$1.000.000,00 e prazo de 25 anos, as parcelas anuais a serem pagas alcançam R$1.461,97, para a taxa de juros de 12% ao ano; R$2.490,98, para 10%, e R$4.185,13, para 8% ao ano. Tais números revelam que, enquanto a taxa de juros decresceu 16,7% e 20%, o valor das parcelas a elas concernentes expandiu-se 70,3% e 68,1%, respectivamente.

Inflação – Pode ser devastador o efeito geral da desvalorização da moeda sobre os investimentos financeiros, inclusive em planos de aposentadoria: a diminuição do valor real dos capitais formados e a desmotivação dos investidores à formação de pecúlios. No exemplo mencionado, a inflação anual de apenas 5% destruiu em 85,1%, ao longo do período de 30 anos, o valor real do capital de R$1 milhão que seria formado (PV), tornando-o equivalente a apenas R$149.147,97, em termos de valor presente.

                  Merece destaque que a taxa de remuneração dos capitais aplicados foi sempre superior à taxa média de inflação anual projetada para o período de 30 anos, de 5%. Ou seja, a taxa de remuneração foi de 8%, 10% e 12% ao ano. Mas mesmo assim os 5% de inflação ao ano destruíram 85,1% do valor futuro do investimento.

                  O mercado financeiro brasileiro viveu grande evolução desde o plano Real, em 1994. A estabilização da economia, ao tempo que fez desaparecerem produtos e serviços financeiros economicamente viáveis sob um ambiente inflacionário, para os bancos ou para seus clientes, fez igualmente surgirem outros produtos e serviços desta vez economicamente viáveis sob ambiente de relativa estabilidade econômica.

                   A inflação encontra-se estabilizada e controlada no País. Isso tem sido permitido pela conjugação de diversos fatores:

a) a prática de uma política de juros ortodoxa pelo Banco Central do Brasil nos últimos dois mandatos presidenciais;

b) a prática de política de sobrevalorização do câmbio, pelo Banco Central, por via indireta do controle dos juros;

c) produção de safras agrícolas abundantes que têm favorecido o controle do preço dos alimentos;

d) expansão da produção chinesa de manufaturados, de exportações da China e a política cambial chinesa de câmbio fixo, de modo a tornar ainda mais competitivos os produtos chinesas (pelo dumping social e ambiental), produtos que acabam por chegar muito baratos no Brasil, impedindo a elevação dos preços oligopólicos da produção brasileira de manufaturados.

                  Diante desse quadro, são atualmente grandes as possibilidades de lançamento de produtos financeiros e modalidades de investimentos que possam trabalhar com a perspectiva de longo prazo, algo inusitado, até o início dos anos 90.

                  A otimização dos planos de aposentadoria, no sentido da formação de montantes elevados de capital (FV), deve-se considerar três fatores: juros da aplicação, capitais investidos e tempo de capitalização. Considerando-se cada um desses fatores isoladamente, seja o conjunto deles, quanto mais elevados forem, maior será o Valor Futuro.

                  Contudo, a desvalorização monetária constitui o calcanhar-de-aquiles dos planos de aposentadoria, pois mesmo à taxa menos expressiva, a inflação tem o poder de deteriorar expressivamente o valor real dos fundos de aposentadoria formados. No exemplo mencionado, a taxa “civilizada” de 5% ao ano devorou cerca de 85% do valor dos capitais acumulados ao longo de trinta anos.  No Brasil, a inflação medida pelo IPCA (IBGE) alcançou 4,31% em 2009, 5,91% em 2010 e 5,43% em 2011, apenas até outubro, devendo situar-se em torno de 6,3% até dezembro.

                  Para uma perspectiva macro, observa-se que, de uma situação do passado, em que a rentabilidade bancária derivava diretamente do acelerado processo inflacionário que o Brasil vivenciou por décadas, o mercado financeiro brasileiro evoluiu, no pós-Plano Real, para a configuração de ampla variedade de novos investimentos financeiros que atualmente constituem a base da lucratividade bancária. E, entre esses novos investimentos, destacam-se os planos de aposentadoria.

                  Explícita ou implicitamente configurados para a constituição de fundos de aposentadoria, o perfil atual dos investimentos financeiros tem levado bancos a exercerem grande pressão sobre o Banco Central e Autoridades Econômicas, no sentido de praticarem política monetária de grande rigidez no controle da inflação por meio da prática de elevados juros básicos da economia, a taxa SELIC, com o objetivo de viabilizar a captação de recursos de longo prazo pelos bancos, a viabilização de fundos de aposentadoria e assegurar a elevada lucratividade dos bancos. 

                  É inegável o sucesso do setor financeiro nessa estratégia, conforme pode ser observado na atratividade dos planos de aposentadoria vendidos pelo sistema financeiro, e dimensão atingida pelo negócio Seguridade no Brasil.

                  Mas, será confiável o futuro reservado aos planos abertos de aposentadoria oferecidos pelos bancos diante do poder devastador da inflação, mesmo com uma baixa taxa anual ?

                  Às vésperas dos festejos de fim de ano, quando muitos aplicam recursos em planos previdenciários para derrubar gastos com o Imposto de Renda, penso que a resposta é não.

                   São mais seguros os planos fechados de aposentadorias, a exemplo do Petros, dos funcionários da Petrobras, e da Previ, dos funcionários do BB, além de centenas de outros pelo País. Não apenas por seus recursos serem aplicados em empreendimentos, mas também pela fiscalização a que permanecem submetidos pelo poder público e principalmente pelos participantes desses planos, democraticamente. Essas iniciativas deveriam ser reproduzidas, seja por empresas de grande porte, seja aglutinadamente por empresas de pequeno porte.

                   Desse modo, não parece cabível que se possa aplicar uma perspectiva de aposentadoria aos planos bancários de previdência, mas sim uma perspectiva apenas fiscal e de capitalização à médio prazo, quando muito. Os planos de aposentadoria oferecidos pelos bancos são ancorados quase que exclusivamente em títulos públicos e de bancos privados, quando a aplicação em empreendimentos e negócios poderia garantir maiores rendimentos e, destes, uma parcela mais expressiva aos participantes do fundo de pensão considerado.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ALGO SOBRE FINANÇAS PESSOAIS E EMPRESARIAIS NA CRISE

A economia de livre mercado está sujeita a episódios recorrentes de especulação e crises sistêmicas, envolvendo ações de empresas, imóveis, obras de arte, títulos bancários etc.

O laissez-faire do fundamentalismo de mercado implementado nos últimos vinte anos falhou dramaticamente no teste ao implementar o modelo de desregulamentação do mercado e a gestão pública sob o Estado mínimo. Experimentado, esse modelo provou sua incompetência e fragilidade teórica. (UNCTAD,iii,,2009)

Galbraith (1990:01), o grande economista norte americano, revelou que são remédios para essas crises especulativas o abandono do excesso de otimismo financeiro e a adoção de uma atitude cética pelo investidor ao encarar uma provável insensatez das ofertas à sua disposição nos mercado financeiro e de investimentos. 

Uma regra básica foi ensinada por Galbraith: ao serem avaliadas oportunidades de investimentos, deve-se ter presente que aquelas pessoas que estão intimamente ligadas à gestão de grandes somas dinheiro estão inclinadas a uma atitude autocongratulatória e extravagante fortemente propensa ao erro.

Como se essa atitude não bastasse ao ser humano gestor de recursos financeiros para destruí-los, próprios ou de terceiros, ao ensinamento de Von Shiller, de que toda pessoa, enquanto indivíduo, é sensata e razoável, mas como membro de uma multidão, torna-se um idiota,  Galbraith acrescentou que:

"... quando uma onda de excitação toma conta do mercado [financeiro] ou envolve uma oportunidade de investimento, ou quando surge uma perspectiva única de investimento baseada na presciência especial de alguém, todo o indivíduo sensato deve se precaver: o momento exige cautela (pois) uma história abundante em exemplos nos dá provas de que mais frequentemente há apenas ilusão e desilusão." (Galbraith,1990:77)

Há também o problema do esquecimento das crises. Neste final de 2011, em que os indicadores econômicos e financeiros internacionais revelam que a crise de 2007-08 definitivamente não acabou e permanecem extremamente preocupantes, pode-se observar que, em 2010, enquanto o mercado financeiro parecia já ter se esquecido do estouro da bolha especulativa de 2007-2008, a estupenda injeção de recursos dos governos europeus e dos EUA na recuperação de bancos quebrados ofereceu fôlego renovado ao surgimento de novas "bolhas".

Pois os vultosos recursos dos governos destinados a sustentar os bancos quebrados não foram dirigidos aos investimentos produtivos das empresas, geradores de emprego e renda, produtos e serviços. Ao contrário, esses recursos ainda hoje passeiam pelos mercados financeiros de países emergentes em busca de taxas alternativas superiores de rentabilidade; e inflacionam ativos financeiros.

Esses recursos itinerantes, aplicados e reaplicados em ativos financeiros, levam-nos à sobrevalorização artificial (bolha), como se fosse razoável e sensato que somente pudessem tais ativos valorizar e em grande velocidade.

Durante a crise econômica, o comportamento do valor desses ativos (ações, imóveis, títulos do governo, obras de arte etc), é tão somente o de destruição desse valor fictício, processo que economistas chamam de destruição de capital.

Mas o decréscimo do valor desses ativos não necessariamente faz voltar ao seu valor ‘normal’. O mais que se observa é que a ‘bolha inflada’ estoura e o valor do ativo considerado se reduz a zero, pois sua imagem e credibilidade no mercado pode mesmo não passar disso. Isso pode ser afirmado a respeito de fundos de investimentos e letras de bancos privados, ações de empresas, bem como título de governos de países como Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e outros. O governo Kichner, por exemplo, impôs aos credores uma perda de 80% nos títulos governamentais argentinos; e a Polônia até hoje não pagou as ‘polonetas’ adquiridas pelo Brasil nos anos 70.

Investimentos de pessoas físicas: a montanha não se move, cautela, paciência e sangue frio

Assim, para o investidor individual, considerado o presente momento econômico, a recomendação é de cautela e de nenhum movimento brusco. Quem está aplicado em renda variável, como bolsa de valores, e tem seus investimentos desvalorizados, no comportamento ciclotímico da Bovespa, recomenda-se genericamente não se mover. Para quem tem novos recursos e perspectiva de longo prazo, muitas ações estão com preço em bolsa bastante inferior ao seu valor patrimonial e podem ser uma grande oportunidade aos que tiverem fôlego, paciência e sangue frio.

Contudo, essas aplicações em renda variável não poderiam constituir a parcela mais expressiva dos recursos de algum investidor, mas apenas uma pequena parte cuja dimensão poderia crescer de 5% a 15%, ao máximo, dos recursos de investimento disponíveis, inversamente à idade do investidor, mesmo assim após deduzidos os recursos aplicados na compra da casa própria e considerada a absoluta inexigência desses recursos até o longo prazo.

O mercado de renda fixa, por sua vez, apresenta oportunidades interessantes onde se deve observar parâmetros como rentabilidade, prazo, IR e taxa de administração cobrada pelos bancos. Investimentos com taxas de administração superiores a 1% devem ser deixados. Quanto ao IR, a ampla maioria dos investimentos são tributados, mas quanto maior o prazo de aplicação, menor o tributo. Um parâmetro de rentabilidade a ser considerado na escolha do fundo de investimento é a proximidade dos 100% da taxa Selic. Há fundos que prometem 80%, 90% da Taxa Selic. Quanto mais elevado esse percentual, melhor.

Para amplo espectro de clientes do mercado de renda fixa, para todas as faixas de renda pessoal, as aplicações do Tesouro Direto talvez possam ser caracterizadas como a melhor aplicação do mercado, seja pela rentabilidade, seja pela liquidez, seja taxa de administração que pode ser zero, seja pelo fácil acesso, pois podem ser acolhidas aplicações a partir de R$10,00.

Para os clientes PF do mercado Private, aqueles com disponibilidade acima de R$10 milhões, a melhor aplicação são as Letras do Agronegócio, oferecidas pelo BB, lastreadas em sua própria carteira de empréstimos aos seus clientes do agronegócio: são isentas de IR, com taxa zero de administração e grande rentabilidade, são demandadas até por banqueiros privados.

Investimentos Empresariais: ênfase no corebusiness,  fusões e incorporações

Para as empresas, considerado o presente momento econômico, devem ser evitados investimentos em projetos que não componham o cerne do seu negócio (corebusiness), ou dos quais não possuam conhecimento da área, dos produtos ou de tecnologia.

Caso o negócio, o produto ou a tecnologia se prenunciem extremamente vantajosos e até possam ser reconhecidos como a direção futura das empresas do segmento, a melhor estratégia é sempre destinar recursos, de início, apenas para o melhor estudo dessa área de negócio, produto ou tecnologia.  Em momento mais oportuno no futuro, dominado o conhecimento desse segmento, poderão ser destinados recursos ao seu desenvolvimento e, posteriormente, à implantação de projeto.

Deve-se contudo reconhecer que essa atitude conservadora frente às oportunidades de negócios pode levar a perdas de rentabilidade futura, ainda que ela possa vir a garantir  a permanência da empresa no mercado no médio prazo.

Sopesado esse aspecto, pode-se afirmar que uma organização deve permanentemente auferir a dimensão do risco envolvido no aproveitamento de eventuais oportunidades de mercado. E decidir-se pelo investimento quando ele não colocar em risco sua estabilidade no negócio, ao tempo que também (1º) promova o desenvolvimento de sinergias com seus produtos atuais; e (2º) apresente horizonte relativamente curto de amadurecimento dos investimentos e (3º) viabilize a ampliação de receitas com vendas, considerado o potencial atualizado da demanda do mercado sob impacto da crise.

O movimento de fusões e incorporações tem se tornado a tônica dos tempos atuais, pois, ao grande capital, elas proporcionam redução de risco, ao tempo que ampliam mercado e faturamento, viabilizam a absorção de tecnologias, promovem o desenvolvimento de sinergias e, a partir do médio prazo, podem reduzir custos e elevar rentabilidade.

A partir de 2013 para o Brasil e, de 2014-15 para EUA e Europa, anos economicamente melhores podem ser anunciados.


GALBRAITH, John Kenneth. Uma breve história da euforia financeira. São Paulo: Pioneira, 1992.
UNCTAD. The Global Economic Crisis: Systemic Failures and Multilateral Remedies. p.iii. United Nations. Ne York and Geneve, 2009.

sábado, 22 de outubro de 2011

EURO, AID TO GREECE AND THE GERMAN PROJECT


More than a national symbol, the currency and its control by public policy makers determine the remuneration of financial capital, enable the management of strategic projects by the State and provide resources for the day by day administration of the country, as well as configure the profile of distribution of income between social groups and also the gains from trade between countries.

As the penalty in football – that by the importance had to be taken by the club president, as someone already told - the management of monetary policy must remain in the custody of the highest public administration level of the country. There is no sense in its submission to the irrationality of the market , because it does not apply to currency the naïve political ideology of win-win, as evidenced by the current economic crisis.

The Euro and the delimitation of European Economic Space

The European Union (EU) only made ​​feasible itself not by the threat of "godless communism of the soviet  totalitarian state". Nor either the reason for the creation of the European Economic Community EEC was the military power of the USSR, against it NATO was created.

If so, when Russia lost one-third of its population as well as one-third of its territory in the USSR collapse, the EEC would also have collapsed due to end of this pseudo leitmotif of European integration. No, despite the collapse of the USSR, the EEC integration deepened and became the European Union EU.

The real reason for the creation of the EEC is that the great opponent of the European countries was and is  the USA, as already defined by Charles De Gaulle in 1966,  as  detailed by Jean-Jacques Servan-Schreiber in his bestseller "American Challenge” (1965) and by Chalmers Johnson (2007) (2002).

European sovereignty and US military domination

With  400.000  americans  soldiers, hundreds of military bases  located in Germany, Spain, France, England, Italy, Portugal, barriers missiles and  atomic power, get rid of US domination is the almost impossible goal  to be achieved by Europe joined in the European Union (EU).

Just now politically and militarily dominated, 66 years after the end of Second  World War, Germany knows that could regain sovereignty over  its own territory only if  joined to other european countries, in one unconfessable strategy  of thirty to fifty years in the future. The leaders of other European countries know it.

So the Euro is less the unification of monetary policies in European countries, in itself, painful cost to be paid in terms of national sovereignty to any of the countries of EU.

Euro represents the first step in the resumption of german and european sovereignty in the face of territorial and market north american occupation.

That is the great reason for the United Kingdom have not joined the Euro area. UK stand allied to US policy in Europe and only so it could to face the economic and financial hegemony of Germany. 

The British strategy to revive the financial center of London, the City, can only succeed if UK establish a partnership with the US.  Joining the Euro would be to abandon this strategy, occupy a secondary position in Europe and there lose the ally condition of  US interests.

Euro emerges as a symbol of effective delimitation of economic space; it express the pursuit of strategic control of the European market and represents  change in the subordination agreement in relations with the US.

Undermine the dollar and the North American economic power in Europe, limiting the dollar use  in the negotiations between European countries and in a second time, to impose the Euro to the world, taking up dollar space, this is the major objective of the EU.

This would keep and ensure european market to european companies  and countries, and after conquer the dollar market to european corporations and its products.

The dollar in the oil trade and the Iraq War

Remembering, the Iraq war may be acknowledged as a defining moment of the permanence of the dollar in the oil market, because Saddam Hussein had imposed negotiations only in Euro for Iraqi oil. The bad example was destroyed. This can not be forgotten.

Beyond the Iraq War, the US struggle for maintaining the dollar as an international currency continued in the form of economic and military blackmail.

Atomic blackmail to maintain the dollar as an international currency

On the one hand, the visits of Hillary Clynton as Secretary of State, to China, Japan and Germany, early in the Obama administration, were intended to ensure the continued presence of the governments of these three countries in international financial markets, enabling the placement of US government securities and the consequent  financing US government spending. With Germany and Japan, this partnership dates from 70’s years, with China, from 90’s.

On the other hand, the nuclear agreement between the U.S. and India in 2010, has operated as a military blackmail against China and against its proposal to stablish a new international currency: a threat of clogging India with atomic weapons in case of disruption of agreement to support the dollar and the North American debt by China.

The BRICs and Chinese movement  to favor a new international currency is a contrary message to US interest and to the continuity of the Sino-US monetary-fiscal partnership. And, together the weakness of the north american economy, lead the US to a quick adjustment which the public obvious signs has been (a) the discontinuity of the Iraq and Afghanistan wars; (b) the failed attempt to revitalize the fiscal policy by Obama, through taxation of the millionaires and by the reducing the tax benefits to large corporations; and (3) the injection of funds into the economy by buying government securities in the financial and international market, the quantitative easing QE1 and QE2.

German and french hesitation, fear of inflation and its electoral impact open space for intensive performance of the IMF in Europe

In October/2011, Germany and France still hesitate to support Greece, Portugal, Italy and Spain, through the release of funds emissions-backed currency  by European Central Bank.

Issue of money to save the Euro is compatible with the German strategic long term plan.  But it terrifies economists, monetary authorities and German voters who glimpse on the horizon the shadow of hyperinflation that ravaged Germany in the 20´s of last century.

Angela Merkel's mission is to convince german voters  even though she can not say with all the words the long-term strategic plan of the country must be continued, which has already achieved some success in the first stage, the unification of the two Germanys.

The possible strategy for Germany

For the German Chancellor, Angela Merkel  remains to strengthen the EU and the Euro to position it as international trade currency and to ensure the European market for German business and European:

a)     supporting the North American short-term measures in the appreciation of the yuan, as it represents a loss of competitiveness of Chinese products in Europe and other countries;

b)  rejecting the advances of China and  other  BRICs to establish a new international currency other than dollar, while Europe is weakened and China is strengthened;

c)     supporting plans for regulation and recovery of the European financial system;

d)     supporting  the stabilization of the economies of European nations;

e)     negotiating trade agreements with other areas of trading nations, such as Mercosur, and country-to-country, to ensure  opportunities for trade for European products;

f)       boycotting the resurgence of London City as a world financial center;

g)    supporting the proporsal that the resources of the BRICs are intended for direct purchase of greek, spanish, portuguese and Italian debt securities, so that  the targeting of resources and monitoring  of economy, of fiscal policy and monetary policy of the european countries in trouble remains the responsibility on behalf of European Central Bank and IMF did not.

The german battle against inflation in the short term is incompatible with the german plan for long term of regaining territorial and market sovereignty

Considered the german long-term strategy, the most important mission of Angela Merkel is less the control of currency issue by the European Central Bank and the possible inflationary process, but is much more the rapid support to Greece and the uplift of the economy of Spain, Italy, Portugal and Ireland.

Immediate interests and electoral may already be clouding the German long-term project. But,  as Helmut Kohl passed into ​​history  by the union of the two Germanys, celebrated in 10.03.1990 –  Angela Merkel would also passe as the chancellor who prevented the EU collapse supporting the stabilization of Euro. She would may be recognized for having sustained the basis for European independence in relation to the US monetary policy, for European isolation to the dollar decay, as well as for distant  sovereignty and territorial market recovery by Germany and  Europe.